quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Entrevista com Igor Mourão


Entrevista com Igor Mourão, 21 anos, um dos principais jogadores do Estado do RJ. Com praticamente dez títulos em categorias por idade e um vice pan-americano escolar! Estudante de Biologia




1) Quando voce começou a se interessar pelo xadrez? 

Comecei a me interessa de verdade com uns 12 anos quando um amigo da minha prima pediu para ele ensinar xadrez para gente. Daí eu pensei que esse podia ser um meio de eu vencer meu irmão de alguma forma. Mas perdi as primeiras partidas!

2) Em que ano você percebeu que seu jogo começou a crescer? 

Meu pai sempre me apoiou muito no xadrez. Eu percebi que podia ir bem no meu segundo torneio em 2003 onde fui campeão enfrentando alguns jogadores fortes na categoria.

3) Qual foi seu principal título ou resultado?

Apesar de ter sido vice-campeão pan-americano escolar, eu acho que o título que mais comemorei foi o brasileiro escolar em 2007.

4) Você já empatou com Mestres Internacionais, e teve resultados expressivos. A partir de quando isso começou a acontecer, que você percebeu que era capaz? 

 Eu já empatei com o MI Diego Di Berardino  em torneio rápido e já empatei com o GM Diamant num brasileiro de Categoria e o GM Matsuura  no I Aberto Cidade Maravilhosa, (na época MI). Já venci o MI Herman Claudius e o MI Tsuboi no Interclubes de São Paulo. Apesar desses bons resultados eu acho que não teria um grande futuro no xadrez, por isso resolvi me dedicar à faculdade. (eu não lembro os anos dos resultados)

5) Cite alguns confrontos memoráveis.

A vitória com o MI Herman Claudius foi uma partida muito boa. Também o empate com o Matsuura, onde eu estava inferior e consegui ficar superior no meio jogo. E claro com uma WGM cubana que eu sacrifiquei uma peça totalmente furada e dei show no final de torres!

6) Sei que você viajou para jogar em outros estados e até em outro país. Como foram essas experiências? 

Eu conheci 7 estados e o DF com o xadrez, além de ir pra Argentina. É sempre bom pois você acaba convivendo novas culturas e conhecendo lugares maravilhosos.

7) Sempre tive uma dúvida: Acho que você pode tirá-la. Você acha que viajar para jogar ajuda a aumentar o nível do jogador?

Depende. Você pode viajar e só jogar torneios fracos. No caso dos jogadores de categoria do RJ viajar era a única opção de melhorar o jogo, pois só fora do estado tinham torneios fortes de categoria. Mas é claro que quanto mais torneio você joga de alto nível, melhor você vai jogar. Com isso você acaba viajando também! 

8) Você também dá aula em escolas. É algo que quero participar na luta para melhorar. Como você vê o xadrez escolar hoje? A estrutura deve ser mudada até que ponto?

Eu não dou mais aula em escola. O Xadrez tem que começar a ser introduzido no plano escolar como matéria alternativa para melhorar o rendimento escolar dos alunos (O que já vem sendo feito e mostrando ótimos resultados). Porém eu acho que as escolas devem aprimorar o xadrez e fazer dele um esporte competitivo entre os alunos. 

9) Quais os livros que você indica? Qual o que mais te ajudou?
   Eu gosto muito do Zurich 53, os livros do Kasparov... na verdade eu estudei muita abertura e via as partidas dos jogadores que gostava, como o Petrosian. Tive aulas com o MI Limp, MF Wagner Peixoto (que foi o professor que fez com que o meu xadrez crescesse) e com o MI Diego di Berardino. 

10) E no xadrez do RJ: Existe hoje um jogador imbatível?

No RJ não. Na verdade não há jogador imbatível em lugar nenhum! Hoje o xadrez do RJ está crescendo com jogadores tentando chegar a MF, poucos jogadores escolares e os que já jogavam por aqui como os MFs Wagner Peixoto e Ricardo Teixeira. Eu estou afastado do xadrez, mas acho que quem vai ser o futuro do RJ será o Gianluca Jório!

Obrigado, Igor!!!

Entrevista com Karina Abrahim

Entrevista com Karina Abrahim, 20 anos, uma das melhores jogadoras do Estado do RJ. Falta pouco para se tornar a numero um. Venceu ano passado o Estadual Sub-20 Feminino. 
Estudante de Psicologia (UFRJ)



1) Quando você se interessou pelo Xadrez? Como foi?

Eu me interessei pelo xadrez porque um tio me ensinou os primeiros movimentos. Toda vez que ele vinha na minha casa ele me ensinava mais alguma coisa e jogávamos. Gostava muito. Comecei perdendo dele, depois fui complicando o jogo até conseguir derrotá-lo. Minha mãe descobriu que tinha salão de xadrez no Tijuca Tênis Clube (éramos sócias do clube) e fiz um rápido teste com um menino que também jogava lá e nunca mais saí do meu amado TTC.

2) O que te levou a levar o esporte junto com você em sua adolescência?

 O xadrez sempre me ajudou muito na escola. Mas o que me fez continuar mesmo foi o amor ao esporte e aos diversos amigos que fiz no clube. O Tijuca Tênis Clube era e ainda é minha segunda casa. Tenho amigos de lá de mais de 10 anos!

3) Você foi campeã estadual feminino em 2011. Qual foi sua melhor partida?

Minha melhor partida, sem dúvida, foi com a Vanessa (CXP). Ali foi o jogo chave: como as duas fizeram 2em 2 a terceira rodada ficou praticamente decisiva. Consegui ganhar! Fiquei muito feliz! Muitos me abraçaram pela bonita partida que fiz!

4) Quando você percebeu que seu jogo começou a crescer? 

Não tem como negar: meu jogo cresceu muito quando namorei o MI Diego Di Berardino. Subi da classe C para a B rápido! Sempre me ajudou muito e me apoiava.

5) Voce viajou para Campinas jogar um torneio FIDE, não foi? Como foi essa experiência? Já viajou outras vezes?

Sim! Foi muito legal sim! Conheci muita gente, fiz muitos contatos, amizades... Foi uma experiência muito legal! Mas vi que a realidade do Rio em femininos não podia ser comparada com o nível de outros estados. Uma pena.

6) Você acha que faz bem jogar torneios em lugares diferentes para o desenvolvimento do atleta?

Sim! Tanto que voltei do brasileiro jogando muito melhor! Tinha outra visão de jogo. É  bom para o desenvolvimento sim, pois você troca experiências, troca informações, faz contatos. De um modo geral, essa mudança de ambientes faz muito bem!

7) Você teve algum instrutor?

Tive sim! Quando pequena, era o Amorim ( até quando ele não me dava mais aulas eu o chamava de professor Amorim. Sinto muitas saudades dele.) Depois tive o Madeu ( Uma pessoa sensacional que sempre me ajuda). Depois fiquei 2 anos com o MI Diego Di Berardino. Hoje treino jogo posicional com o meu namorado Tarcísio Rodrigues do TTC.

8) Hoje no RJ, para você, quem são os melhores?

O Rio tem ótimos jogadores! Destaco Pedro Paiva, MI Eduardo Limp e MF Ricardo Teixeira.

9) Quem é seu jogador preferido? E por quê?

Kaspa. Ele é um clássico.

10) Nos últimos anos você tem melhorado bastante. Mas qual seu objetivo no Xadrez hoje? Alcançar algum nível, ou jogar um campeonato específico?

Evoluí sim, mas agora não tenho muitos objetivos com o xadrez. Estou mais focada nos estudos. Mas pretendo voltar mais forte no segundo semestre de 2013. Gostaria muito também de dar uma palestra sobre Psicologia Esportiva voltada para o xadrez.


Obrigado, Karina!!!